Um dia te conheci, perdido, abandonado. Percebi que era amoroso e dócil. Neste dia me apaixonei. Embora tivesse outro, saberia que podia dar briga, mesmo assim o adotei. Melhor decisão da minha vida. Embora tivesse sofrido as mazelas de ter vivido nas ruas, não deu muito trabalho com doenças. Só que sua raça é frágil e sabia que poderia não viver muito. Mas foram oito anos de convivência e puro amor. Até as brigas com o irmãozinho mimado eu suportava. Mas como gostava de te abraçar e ficar com você do meu lado. Há alguns anos a cegueira, depois a surdez e tudo só foi piorando. Caras feias e desprezos a nós senti muito. Você não era muito tolerado por quem não amava muito os cães por causa dos seus problemas de saúde. Mas eu te amava assim mesmo e muito mais. Nunca dó, só compreensão. Você era meu. Eu te quis e iria querer até o teu último instante neste planetinha tão cheio de maravilhas e também de maldades. E esse dia chegou. Você estava sofrendo e não iria sarar nunca mais, só sofrer calado tantas dores que maltratava este corpo tão amado. Te segurei no meu colo como um bebê. Chorei enquanto agonizava e vi e ouvi seu ultimo suspiro. Seu corpo jaz em algum lugar perto de grandes árvores e gramas. Um lugar que você ia adorar cheirar e sentir. A saudade que sinto é como a sua presença. Silenciosa e doce. Companheiro inesquecível que vou levar para além da vida. Beijos de Luz!
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
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