quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ele sabia da importância do seu dia. Ficava esperando presentes e telefonemas dos filhos distantes.
Meu pai era assim. "Pai" com P maiúsculo. Sabia da sua importância e da sua autoridade sobre nós, filhos que o respeitavam e o amavam apesar de suas imperfeições humanas. Porque sabíamos, era tão humano como nós, e não precisaria ser perfeito. Só precisava ser nosso "pai".
Demoramos para ver o homem atrás do "pai". Sentimos por isso, tenho certeza todos os seus filhos. Cada um preocupado com sua vida e seu futuro, e esquecendo daquele ser que nos sustentou materialmente durante toda nossa infância e início da juventude.
Quando já estávamos com nossa vida, cada um com seu destino escolhido, sua presença era só um reflexo de nós mesmos em idade mais avançada. Porque sabíamos no fundo acabaríamos vendo um mundo diferente em nossa maturidade e acharíamos tudo estranho. Teríamos algumas manias adquiridas, como ele as tinha, e não abria mão de nenhuma delas apesar das nossas críticas. Porque filhos são assim. Pensamos sempre que sabemos mais que nossos pais, ou porque estudamos mais, ou porque vivemos em um mundo tecnológicamente mais avançado.
Quando o perdemos é que tivemos a verdadeira noção do espaço que ele ocupava em nossa vida e  em nosso coração.
E tudo que tínhamos a ver de errado nele, de repente ficou tão insignificante, tão minúsculo diante da sua importância de pai, que nunca nos abandonou, que sempre ficou lá, ao lado de minha mãe, nos vendo crescer, amadurecer, sermos corretos como ele nos tinha ensinado, o que foi com certeza um dos maiores orgulho de sua vida e também da nossa.

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