domingo, 31 de julho de 2011


Uma noite de lua pálida e gerânios ele viria com boca e mãos incríveis tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou viro santa.
Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias,
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
a lua, os gerânios e ele serão os mesmos,
só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
como a fecharei, se não for santa?
                                                         (Adélia Prado)

Nenhum comentário:

Qualquer dia amigo.....

 Eu tenho muitos amigos, mas um é especial.  Daqueles que não precisamos estar perto, Só saber que existe. Ele segue sua vida eu a minha. Se...